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Conferência de Assistência Social: metodologia como convite ao sonho coletivo

Em 2025 o SUAS completa 20 anos e o CNAS atualizou a metodologia das Conferências de Assistência Social reforçando o essencial: tempo e qualidade para o debate e diversidade nas propostas e decisões.

A exigência de, no mínimo, três turnos, atividades pré-conferências, cotas e análise de conjuntura não são só procedimentos — são convites para que o processo seja mais profundo, participativo e transformador.

Essa atualização metodológica não é um mero procedimento técnico. Ela expressa a possibilidade — e a necessidade — de uma política pública que, após duas décadas, compreende que seu fortalecimento depende de processos participativos qualificados.

Criar uma metodologia que mobilize, acolha e oriente é um ato político que reconhece a centralidade da experiência que queremos gerar nas pessoas. Mais do que um evento, a conferência é expressão do trabalho cotidiano e oportunidade de projetar o futuro.

O que faz alguém atravessar a cidade para debater políticas públicas? Não é o regimento. É a possibilidade de vivência de que sua voz será ouvida e de que sua experiência é capaz de contribuir para melhorar a política de assistência social e seus efeitos na vida real dela e das pessoas à sua volta.

Por isso, a metodologia precisa ser entendida como:

Um convite à experiência, não à burocracia: os “3 turnos” são a chance de ampliar o tempo de diálogo e escuta e não para cumprir tabela;

Um ritual de futuro: as cotas são a garantia de que o “sonho coletivo” terá respeito à diversidade, não são apenas números;

Um antídoto ao isolamento: as pré-conferências (“conferir” o que foi feito) só fazem sentido se ligadas ao trabalho cotidiano dos CRAS, dos abrigos, das ruas.

A resposta passa pela nossa capacidade de transformar a conferência em um espaço vivo, acolhedor e mobilizador, onde a escuta qualificada se articula com a projeção de futuro.

Nós, trabalhadores/as da Assistência Social, precisamos nos perceber como sujeitos políticos, capazes de transformar a escuta das pessoas em propostas que se amplificam a partir do cotidiano dos serviços para a conferência municipal.  Queremos que todas as pessoas envolvidas possam dizer na plenária final: “isso aqui também é meu!”

Há 20 anos a Vira e Mexe apoia a realização de conferências municipais para que elas sejam mais participativas. Por isso, escrevemos um Guia Prático para Fazer Conferências que complementa o Caderno do CNAS. Nosso Guia traz dicas práticas para fazer todas as etapas, modelo de regimento interno e relatórios que apoiem o trabalho do conselho municipal e da gestão após a conferência. Clique neste link para adquirir o guia.

Yheda Gaioli

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