Planejamento coletivo é fomentado na supervisão em Suzano

Nos meses de abril a dezembro de 2022, a Vira e Mexe esteve em Suzano/SP acompanhando as equipes e gestores da proteção social básica e de média complexidade que atuam nos CRAS e CREAS. Foram seis encontros e um seminário de encerramento que contaram com a presença de cerca de 120 trabalhadores de nível superior, médio e fundamental de escolaridade. O grupo reuniu educadores sociais, psicólogas, assistentes sociais, profissionais das áreas administrativas, da limpeza e da cozinha, ou seja, trabalhadores que contribuem diariamente para atividades realizadas nas unidades. As oficinas participativas partiram da identificação de potências e desafios que as equipes enfrentam no dia a dia dos serviços do SUAS. Questões mobilizadoras orientaram o percurso dos encontros presenciais e virtuais, sempre relacionando esses desafios aos princípios, às diretrizes e concepções de proteção social pública de Assistência Social. “Os processos participativos nos encontros desconstruíram a ideia de que as ‘coisas’ devem vir prontas”. Avaliação de uma participante do CREAS Stela Ferreira, sócia diretora da Vira e Mexe, ressalta que, de acordo com a Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, os processos de educação permanente são planejados para responder problemas concretos e historicamente situados e visam mudanças nas práticas profissionais numa ... Continuar Lendo

Equipes debatem os impactos da pandemia além da fome e da pobreza

Nos meses de setembro e outubro, a Vira e Mexe realizou um trabalho junto à Secretaria de Assistência Social de Ipatinga (MG), no escopo da parceria da Secretaria com a Fundação Renova. Os encontros conduzidos por Abigail Torres, sócia diretora da Vira e Mexe, e Roberta Rangel, assistente social e facilitadora, tiveram como foco central estimular as equipes a reconhecerem os impactos da pandemia para além do agravamento da fome e da pobreza material.  “É preciso reconhecer outras ‘fomes’, decorrentes da perda de vínculos, da vivência de isolamento e abandono, do aumento da violência racial e de gênero, para que possamos enfrentá-las no trabalho social dos serviços do SUAS”, explica Abigail.  Participaram dos encontros cerca de 80 profissionais que atuam nos CRAS, CREAS, Centro POP e Serviço de Acolhimento. A partir da proposta de trabalho da Vira e Mexe, as equipes experimentaram mudar o foco do diálogo nos grupos e se permitiram reconhecer outras vivências de sofrimento, assim como de resistência.  Ao propor o deslocamento da centralidade dos serviços no combate à fome e dirigir as atenções da equipe para as desproteções do campo relacional, as participantes destacaram em suas avaliações: Os conceitos de desproteções me trouxeram reflexões e um ... Continuar Lendo

Supervisão com equipes da proteção básica em São Paulo

Numa iniciativa inédita na cidade de São Paulo, gerentes dos serviços da proteção social básica tiveram oportunidade de contratar a supervisão para equipes os Serviços de Assistência Social às Famílias (SASF), o que antes só era possível para as equipes da proteção especial A supervisão foi desenvolvida com 45 trabalhadores da equipe de referência de três SASFs da região de Cidade Ademar no sul da capital paulista. Teve como ponto de partida as rodas de conversa nos locais de atuação destas equipes para facilitar a aproximação da Vira e Mexe desse cotidiano e favorecer a explicitação dos desafios cotidianos que mobilizam as equipes de SASF.  “Foi a partir dessas rodas de conversa que traçamos a rota e firmamos nossos propósitos. As rodas nos permitiram reconhecer os impactos da pandemia nas relações cotidianas nos territórios e como elas estavam sendo notadas pelas equipes e favoreceram o diálogo sobre o quanto a pandemia alterou e reduziu a capacidade de proteção das famílias” explica Abigail Torres, sócia diretora da Vira e Mexe sobre o ponto de partida da formação que aconteceu de março a julho de 2022. Para a Vira e Mexe foi muito motivador ter na mesma roda a presença de cozinheiras, auxiliares ... Continuar Lendo

As mulheres na política do SUAS

[vc_row][vc_column][vc_column_text] No mês de março, empresas, indivíduos, organizações sociais e instituições públicas de todos os setores manifestam de diversas formas, nas mídias e nas redes sociais, suas homenagens às mulheres, celebrando sua existência e seu papel social . As mulheres são maioria na Assistência Social, seja como trabalhadoras ou como usuárias da política. No entanto, ainda que o SUAS seja predominantemente feminino, pode-se afirmar que as desconstruções [e denúncias] do patriarcado, um dos pilares históricos da nossa sociedade, assim como as pautas femininas e feministas ainda não são as principais diretrizes dessa política. Haja vista que ainda recaem sobre as mulheres as obrigações de cuidados e cobranças no sentido de responsabilizá-las pelo que é função do Estado. O conceito de Familismo, disseminado pela produção de Marta Campos e Regina Mioto oferta um importante alerta para a política de Assistência Social, que corre o risco de isentar o Estado de seu dever de garantir os direitos de indivíduos e grupos, transferindo essa responsabilidade para os familiares e, particularmente, para as mulheres. As mulheres desde sempre são vistas como as cuidadoras – dos mais velhos, crianças, jovens, e adoecidos da família. E nestes tempos atuais, o peso dessa carga de cuidado sobre ... Continuar Lendo

O SUAS em 2022

Um novo ano está começando! Neste 2022, após dois anos de pandemia do coronavírus, comemoramos o alcance da vacina que, graças ao trabalho incansável dos agentes do SUS, chegou para um maior número de pessoas, diminuindo a letalidade do vírus, ao mesmo tempo em que nos preocupamos com o aprofundamento das desigualdades sociais provocado pela emergência sanitária.  O impacto da pandemia nas demandas de proteção social é a grande diretriz da política de Assistência Social em 2022. Após um longo período de distanciamento social e de diminuição das atividades presenciais nos serviços do SUAS, as equipes precisam se reorganizar e repensar os processos de trabalho para apoiar cidadãos e cidadãs. E, junto com eles, enfrentar os impactos da pandemia nas suas redes de proteção, tais como as vivências de luto, maior exposição às situações de violência doméstica e de Estado, aumento do trabalho infantil em decorrência da diminuição de renda das familias e tantas outras experiências e injustiças invisibilizadas. De acordo com censo recente da prefeitura de São Paulo, houve um aumento de 31% da população em situação de rua, registrando neste início de ano, um total de quase 32 mil pessoas na capital paulista. O fechamento das escolas teve ... Continuar Lendo

Fortalecimento dos vínculos na pandemia

Roberta Rangel, assistente social da equipe de gestão no município de Vitória, conversa com Stela Ferreira sobre as diferentes estratégias para apoiar as equipes da Assistência Social na compreensão dos conteúdos da Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos no SUAS no contexto da pandemia. Como conhecer os impactos da pandemia da covid-19 nas redes de convivência e proteção das pessoas que usam os serviços da Assistência Social? Um dos objetivos das conferências municipais é trazer à tona e dar visibilidade à realidade vivida pelas pessoas que têm direito à proteção pública de Assistência Social. No município de Vitória, a equipe de gestão mobilizou as equipes dos serviços para criar estratégias para conhecer os impactos da pandemia na convivência dessas pessoas. Roberta Rangel conta como as equipes retomaram os conceitos essenciais que estão na Concepção de Convivência e Fortalecimento para construir um diagnóstico e saber como as sete desproteções relacionais foram vividas e agravadas na vivência de famílias e grupos sociais que estavam vivendo nas situações que os serviços do SUAS devem acolher.   No momento que você mais precisou com quem você pôde contar? E com quem não pôde contar? Perguntas simples são muito potentes para orientar o planejamento ... Continuar Lendo

CONFERÊNCIAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA DAR VISIBILIDADE AOS IMPACTOS DA PANDEMIA NA PROTEÇÃO SOCIAL

Nesse momento de calamidade, nosso entendimento é que, se faz necessário ampliar diálogos sobre a proteção social pública a partir de uma maior visibilidade sobre a situação de pessoas, famílias e grupos que vivem e sofrem os impactos da pandemia, que multiplica em escala inconteste a desigualdade no Brasil. Só essa necessidade já justifica nossa defesa de que, nesse ano, sejam realizadas as Conferências mais participativas dos últimos tempos e que usemos para tal, todas as ferramentas de comunicação que estejam disponíveis, visto que já aprendemos que para dialogar e pensar junto, não é necessária aglomeração. Conferência é espaço de debate, de diálogo, de análise da realidade conjuntural, de reconhecimento da desigualdade estrutural, é espaço de mobilização coletiva para avaliar se os governos têm feito o que devem fazer e se o fazem da forma adequada aos princípios republicanos de impessoalidade, legalidade e publicidade. Mas Conferência é um espaço ainda mais potente nessa conjuntura pandêmica, porque para enfrentar e superar a maior calamidade dos últimos tempos, é fundamental que as pessoas mais impactadas possam revelar suas necessidades. Só assim, será possível superar esse discurso atual de “invisíveis”. Porque não se trata de invisíveis, mas sim de um número imenso de ... Continuar Lendo