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Planejamento coletivo é fomentado na supervisão em Suzano

Nos meses de abril a dezembro de 2022, a Vira e Mexe esteve em Suzano/SP acompanhando as equipes e gestores da proteção social básica e de média complexidade que atuam nos CRAS e CREAS. Foram seis encontros e um seminário de encerramento que contaram com a presença de cerca de 120 trabalhadores de nível superior, médio e fundamental de escolaridade. O grupo reuniu educadores sociais, psicólogas, assistentes sociais, profissionais das áreas administrativas, da limpeza e da cozinha, ou seja, trabalhadores que contribuem diariamente para atividades realizadas nas unidades.

As oficinas participativas partiram da identificação de potências e desafios que as equipes enfrentam no dia a dia dos serviços do SUAS. Questões mobilizadoras orientaram o percurso dos encontros presenciais e virtuais, sempre relacionando esses desafios aos princípios, às diretrizes e concepções de proteção social pública de Assistência Social.

“Os processos participativos nos encontros desconstruíram a ideia de que as ‘coisas’ devem vir prontas”.
Avaliação de uma participante do CREAS

Stela Ferreira, sócia diretora da Vira e Mexe, ressalta que, de acordo com a Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, os processos de educação permanente são planejados para responder problemas concretos e historicamente situados e visam mudanças nas práticas profissionais numa direção mais coletiva na busca de maior justiça social.

“A nossa chegada em Suzano aconteceu no momento em que os serviços retomavam com maior intensidade os encontros presenciais com a população. Encontramos profissionais que atravessaram as adversidades da pandemia e que, de alguma forma, naquele momento respiravam aliviados. Sabemos que os momentos mais intensos da pandemia exigiram muito destes profissionais – perdas, adoecimentos, adiamento de sonhos…” explica Yheda Gaioli, facilitadora do encontro e componente da equipe  da Vira e Mexe. Diante desse cenário, a metodologia da Vira e Mexe realizou encontros que incentivaram estudos coletivos e ofereceram parâmetros públicos para que as próprias equipes pudessem analisar suas decisões cotidianas no “pós pandemia”.

Para os CRAS foram propostas experiências práticas que pudessem estimular as equipes a conhecer os impactos da pandemia nas redes de proteção das cidadãs atendidas. Já para os CREAS, foram propostos estudos e reflexões que contribuíssem para o alinhamento em torno de referências comuns a todos os serviços, tais como a matriz familiar e territorial como eixos organizadores do trabalho e as seguranças sociais de acolhida, convivência e autonomia como resultados esperados de todos os serviços.

Yheda explica que processos longos de supervisão, como foi o de Suzano que durou 8 meses, demandam muito engajamento das equipe. Uma das estratégias que as facilitadoras da Vira e Mexe adotaram para sustentar esse engajamento em Suzano foi mobilizar as equipes para um planejamento colaborativo entre diferentes unidades de CRAS para que elas experimentassem, na prática, outros modos de fazer os processos de acolhida e acompanhamento coletivo. Analisar coletivamente essas experimentações práticas nos encontros valorizou o planejamento e o fazer em (e entre) equipes.

“[Destaco] a importância dos encontros planejados. Pensarmos enquanto trabalhadores do SUAS aqui em Suzano, nos encontrar para planejar, vivenciar, trocar, propor e analisar experiências coletivas. O planejamento compartilhado e coletivo das atividades com os usuários sobre os impactos da pandemia foi uma experiência que devemos dar continuidade. Precisamos garantir a permanência desse espaço.” Avaliação de uma participante do CRAS.

No seminário de encerramento desse percurso em Suzano, as equipes dos CRAS e CREAS exercitaram habilidades de comunicação, haja vista que foram protagonistas desse desfecho e celebração. Compartilharam com o público presente seus aprendizados nesse processo de educação permanente. Ao trazer esses aprendizados novamente para o cotidiano dos serviços, as equipes apresentaram as pistas e indicações de mudanças que colheram nesse processo para o planejamento de 2023.

“Nossa intenção é que esse planejamento coletivo resulte em mais qualidade na atenção à população. Acreditamos que essa vivência de planejamento poderá ser um importante espaço de sustentação dos aprendizados alcançados com esse processo de educação permanente. Refletir e agir sobre o cotidiano é um método exigente de trabalho. No entanto, também é um potente caminho para enfrentar o desafio que é acompanhar pessoas em sofrimento decorrente das desigualdades” ressalta Yheda. 

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