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O que é “Segurança de Convívio na Proteção Social”

Há dez anos, quando buscamos aprofundar o entendimento sobre convivência como uma segurança de proteção no SUAS, passamos a analisar que relações sociais são uma construção histórica, que podem ser mudadas pelas pessoas e que traduzem se um lugar é mais civilizado e bom para se viver ou se é mais bárbaro e inseguro. A reflexão sobre os modos de conviver cotidianamente numa sociedade possibilitam observar as intolerâncias, as violências, o machismo, o racismo, enfim, as expressões de desigualdades. 

Esse debate reorienta a discussão sobre o trabalho voltado à convivência, anteriormente muito associado à criação de espaços para ocupar o tempo das pessoas por meio de um cardápio de atividades, nem sempre voltadas a combater as desigualdades. 

Para efetivamente exercer sua função de proteção social, o SUAS precisa reconhecer como se expressa a desproteção, tanto para os indivíduos quanto para os grupos. Para isso, é importante identificar quais desproteções são mais incidentes nos diferentes territórios da cidade, quais situações estão presentes nos modos de atendimento dos serviços públicos (que também geram desproteções e fomentam desigualdades), quais situações estão presentes na vivência familiar e nas relações privadas. 

Intensificar esses estudos propicia ao SUAS influenciar os modos de convivência, criando oportunidades de experiência do respeito à diversidade para combater intolerâncias. Sobretudo, permite a criação de formas de convivência usufruídas pelos usuários que também possam ser transportadas para outros espaços. 

A premissa é de que, ao experimentar outras formas de convivência, é possível se alterar ou interromper as relações de violência. A diversificação de relações e a sustentação delas no tempo são a expressão de vínculos de proteção. Assim, quanto mais relações e quanto mais diversificadas, mais protegidos estamos. 

Como identificamos as desproteções? Como trabalhamos com elas? Como medimos os resultados de serviços? A Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que está completando uma década, traz subsídios para estas questões fundamentais para o trabalho das equipes do SUAS. Esse diálogo é cada dia mais necessário e essa diretriz ainda não foi amplamente implementada nos serviços do SUAS. 

Atendendo à solicitação do Ministério do Desenvolvimento Social, esse trabalho foi coordenado por Abigail Torres e Maria Julia Azevedo, com a colaboração de Stela Ferreira, Lucia Helena Nilson, Kelly Melati, entre outras muitas pessoas que se dispuseram a refletir junto sobre o lugar das seguranças relacionais no SUAS. 

No vídeo abaixo, Abigail Torres e Stela Ferreira explicam brevemente o que é segurança de convívio na proteção social. O vídeo foi realizado pela Escola de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo em 2019.

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